A Deposição de Rubens
Descrição
O túmulo em primeiro plano, sobre o qual repousa o corpo do Cristo morto, imita um sarcófago antigo com baixos-relevos; o gênio fúnebre chorando sobre o altar e o elemento do sacrifício são ilustrados em um dos lados menores, e a parte de um dos lados mais longos. A coroa de espinhos e os pregos sobre o túmulo também apontam para o sacrifício do Filho de Deus.
Análise
A composição apresenta Cristo sendo retirado da cruz e colocado no túmulo, cercado por figuras em intensa dor e desespero, destacando-se a Virgem Maria desfalecida, amparada pelas mulheres. A influência de Ticiano é evidente na rica paleta de cores e na expressividade das figuras, enquanto a ampliação das laterais da tela sugere uma adaptação para um enquadramento específico ou uma alteração na composição original.
Coleção
Embora a proveniência da obra seja desconhecida, sua entrada na Galeria Borghese muito tempo depois do outro quadro na sala II indica a relevância e a contínua reavaliação de seu valor artístico. A atribuição inicial a Van Dyck e a subsequente correção para Rubens refletem as complexidades da história da arte e a importância da atribuição correta para a compreensão da obra.
Análise
A pintura incorpora uma grande interpretação do tema da encarnação da natureza divina e humana de Cristo, que está entre a morte e a potencial vida futura. Todas as cores e tons de luz estão em tons de carne.
O impacto das esculturas romanas em Rubens é evidente no antigo altar com cenas de sacrifícios, especialmente no alto relevo escultural das figuras. A densa textura de cor da pintura deve muito às obras posteriores de Ticiano, e o vibrato arejado e os ritmos suaves lembram as obras de Correggio. A luz, que de repente brilha na área escura da pintura, sugere que Rubens inicialmente competiu com os experimentos de claro-escuro de seu contemporâneo Caravaggio.